INTRODUÇÃO:
Vias acessórias são comumente encontradas ao longo do ânulo tricuspídeo e mitral. A região de continuidade mitroaórtica é uma rara
localização, com dados significativos limitados. DESCRIÇÃO
Homem de 52 anos com palpitações taquicárdicas frequentes e
ECG com pré-excitação ventricular e
onda delta positiva de V1 a V6, em DII, DIII e aVF, negativa em aVR e aVL, foi encaminhado para estudo eletrofisiológico e ablação.
Medidas iniciais mostraram HV 0 ms e QRS 130 ms. Estudo confirmou presença de via acessória com condução bidirecional e maior fusão atrioventricular no pólo distal do
cateter decapolar inserido no seio coronariano. Realizada punção transeptal e mapeamento com
cateter terapêutico de 4 mm, sendo encontrada maior fusão atrioventricular (AV) em ritmo sinusal em região anterior do anel mitral. Entretanto, pulsos de
radiofrequência (30W, 60°C) aplicados neste local foram ineficazes, atingindo baixa
potência. Novas aplicações com
cateter terapêutico de 8 mm introduzido em veia cardíaca magna apresentaram a mesma limitação. Optado por acesso retroaórtico e mapeamento de região subvalvar de cúspide coronariana esquerda, condizente com região de continuidade mitroaórtica, que evidenciou fusão AV e precocidade de 30 ms do eletrograma ventricular em relação ao início da
onda delta. Pulsos de
radiofrequência (50W, 60°C) eliminaram rapidamente a condução pela via acessória nesta
localização.
CONCLUSÃO:
Na região da continuidade mitroaórtica é rara a presença de via acessória devido à sua composição por
tecido fibroso. Em situações sugestivas de via acessória anterior esquerda em que não há sucesso com aplicações de
radiofrequência em ânulo mitral, é válido o mapeamento de regiões pouco usuais para o correto
diagnóstico e ablação eficaz.